Ao conversar com os 21 gestores durante a pesquisa que resultou no livro Líderes Digitais, um assunto mencionado constantemente foi o trabalho remoto. Quase todos os entrevistados de uma maneira ou de outra abordaram o tema do home office quando questionados sobre o futuro do trabalho.
Até então, no início do ano de 2020, a fluidez necessária para performar o trabalho digital, o conhecimento líquido, pequenos times com alta densidade de conhecimento e impacto, ainda careciam de um empurrão para quebrar a barreira de comando e controle tradicionais da liderança estabelecida, que exigia ter a vista o output do trabalho, como em uma linha de produção fordiana, mesmo que para o desenvolvimento de um software ou serviço.
E este empurrão veio em forma de avalanche com a pandemia, que exigiu o distanciamento social para minimizar os efeitos devastadores da transmissão do vírus. As empresas e os líderes, sem escolha, tiveram que acelerar o processo de adaptação a este novo normal.
Passados um ano, ao fazermos um balanço desta nova forma de execução do trabalho, vimos que sobrevivemos e nos adaptamos, de maneira sem igual na história recente de nossa sociedade. Mas com a chegada da vacina, as perspectivas de que teremos um arrefecimento da pandemia no segundo semestre e uma situação muito mais próxima a antiga normalidade nos idos de 2022, como será o futuro do ambiente de trabalho? Para os trabalhadores e para as empresas será uma forma de ganhar eficiência e melhorar a qualidade de vida, ou será um caos, com falta de controle, negócios tendo profundos problemas operacionais e pessoas psicologicamente abaladas?
Tendo a acreditar que ficaremos em um meio termo, não será nem o Caos proferido pelos controladores, como também não será a Liberdade total demandada por muitos.
A meu ver, daqui para frente a execução diária do trabalho acontecerá em casa, no home office, pois com os controles adequados ele se torna muito mais eficiente para as empresas uma vez que reduzem os tempos de translado e as costumeiras interrupções no dia a dia do ambiente corporativo, além de possibilitar que as pessoas trabalhem virtualmente de qualquer lugar do mundo e usem o tempo antes desperdiçado em deslocamentos a seu favor.
Desta forma, as idas aos escritórios serão intermitentes, uma vez por mês, por trimestre, ou até por ano, fazendo com que os locais de trabalho sejam muito mais parecidos com um café, um Starbucks se preferir, voltados para integração e para um bate-papo, possibilitando a integração entre pessoas e reduzindo a pressão psicológica, mas sem a cara de uma estação de trabalho.
Este novo escritório será o local onde haverá o fechamento de amplas negociações comerciais, o kick-off de projetos complexos com diversos stackholders, a ideação de soluções que envolvem sociabilização, a transmissão do aprendizado tácito do ofício, assim como a maturação de aspectos da cultura organizacional.
Finalmente, se por um lado já está acontecendo uma redução da demanda de espaços comerciais como um todo, como já pode ser observado em recente pesquisa da JLL, por outro, os escritórios que continuarão existindo serão menores, sob demanda e espalhados por vários pontos da cidade, estado e país. Eles também deverão ser arquitetados de maneira que possam ser Instagramaveis, para que as pessoas possam compartilhar em suas redes sociais uma experiência memorável nas poucas vezes que foram fisicamente ao local de trabalho. Neste sentido, modelos de negócio como o Workplace devem se beneficiar desta situação.
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