No passado, quando uma empresa de varejo tinha um problema com vendas, a primeira pessoa a ser acionada era o responsável pela área de marketing e/ou comercial, e um dos subterfúgios que esse profissional logo utilizava era o de que havia necessidade de mais investimento em comunicação. Os varejistas atuais continuam com o mesmo vício, principalmente para suas lojas virtuais, e parecem não ter percebido que uma boa estratégia de marketing e comunicação é fruto de uma estratégia de negócios bem elaborada e executada.
O bom planejamento, que é ponto de partida para uma boa estratégia de negócios, nasce da premissa de que se deve atender às necessidades do mercado olhando não somente para as oportunidades e as ameaças, como também para os pontos fortes e fracos da empresa.
Ora, no caso do comércio eletrônico, as oportunidades e as ameaças são facilmente observadas com uma análise macro de um mercado que está cada dia mais sólido e maduro, e cada vez com mais informações disponíveis. Já com relação aos pontos fortes e fracos, cada empresa deve buscar olhar para seu próprio umbigo e identificá-los, levando em consideração que o e-commerce é sustentado por três pilares: Tecnologia, Operações e Marketing. Falhar em analisar cada uma dessas áreas de conhecimento na mesma medida e em igual profundidade é pecar ao planejar um varejo virtual com competência.
Dito isso, vamos colocar os pingos nos “is” da execução. O e-commerce não é um varejo tradicional de comercialização de produtos como comumente se pensa: todos os comércios virtuais vendem serviços: o serviço de entregar para o cliente o produto que ele comprou, no prazo que lhe foi prometido. Com isso, o objetivo primordial de qualquer operação de comércio eletrônico é o de minimizar o tempo entre a entrada do produto no estoque, a realização do pedido, e o envio e a entrega da mercadoria para o cliente.
Sendo assim, todas as outras atividades no varejo virtual são secundárias, e falhar em aperfeiçoar esse ciclo é deixar de olhar para a necessidade básica do consumidor online e, consequentemente, quebrar a regra básica do marketing, que é a de atender as demandas dos consumidores – o que pode levar ao fracasso do negócio.
As agências de publicidade não estão preparadas para atender esse desafio, e nem é esse seu papel. Seu objetivo é fazer com que a empresa de comércio eletrônico tenha uma marca reconhecida, assim como trazer para o site tráfego qualificado e consistente com o planejamento. Da mesma forma, uma boa plataforma deve ter como objetivo garantir a estabilidade e a escalabilidade do e-commerce, e um bom sistema de ERP ou back-office deve entender que seu negócio é o de suportar a operação virtual. Fica a cargo, então, da operação garantir que a estocagem e a distribuição aconteçam de forma eficiente, rápida e segura.
O papel da consultoria especializada em comércio eletrônico é o de ajudar os varejistas a entenderem essa realidade e garantir que o planejamento esteja adequado à estratégia do negócio, além de integrar as empresas que sustentam os pilares do e-commerce: agências de publicidade, plataformas de e-commerce, sistemas de back-office e operadores logísticos, de forma que todos olhem para a cadeia do comércio eletrônico e atendam à necessidade básica do consumidor online, visando, assim, a integridade da estratégia de negócios.