Falar que 2012 foi o ano do Ecommerce no Brasil é cair no lugar comum, por isso acredito que 2012 foi o ano da consolidação do Ecommerce como um canal estratégico e relevante do varejo. O crescimento das vendas online é notável e irreversível, e tende a se manter não só em 2013 como nos próximos anos também.
O que é interessante notar foi a evolução do Ecommerce em 2012 em duas grandes frentes: A primeira delas foi a profissionalização do setor, cada vez mais profissionais mais capacitados estão atuando nesse mercado, que chama a atenção de empresas e investidores cada vez maiores. O outro ponto, claramente decorrente do anterior, é a melhora tecnológica e operacional tanto dos fornecedores quanto dos varejistas que estão entendendo cada vez mais do negócio e do mercado brasileiro de vendas online. Finalmente esta situação gera um conflito interessante que abre as oportunidades e perspectivas para esse mercado no próximo ano: dado que montar um negócio de Ecommerce esta cada vez mais barato, rápido e melhor, o aumento da competitividade faz com que a lucratividade dos varejos virtuais seja menor, o que corrobora isso é que a rapidez com que novos varejistas entram no Ecommerce é maior que o crescimento dos consumidores, ou seja, há cada vez mais empresas brigando pelos mesmos consumidores online.
O aumento da competividade faz com que as perspectivas para 2013 caminhem em duas direções. A primeira delas é relacionada aos novos entrantes, fazendo com que os varejistas que pretendam vender online em 2013 necessitem de um planejamento estratégico mais apurado e competente para atacar de forma certa um mercado em fase de maturação. A segunda esta relacionada as empresas que já atuam no setor e aos fornecedores. A tendência de maior profissionalização do mercado deve continuar, deverá haver aumento da flexibilidade tecnológica das plataformas, surgimento e consolidação de empresas fornecedores especializados, e investimentos em web analytics como diferencial competitivo.
Do ponto de vista da profissionalização do mercado, em 2013 deveremos ver uma grande demanda por capacitação profissional, cursos de formação de profissionais de ecommerce devem crescer e aulas especializadas principalmente do ponto de vista de back-end, como capacitações operacionais devem ter mais espaço dentro destes cursos. A contratação de consultorias para melhorar o desempenho das empresas e transmitir conhecimento também deve aumentar para auxiliar essas empresas a se destacarem de forma estratégica no mercado cada vez mais dinâmico.
Outro ponto é que devido a maturação do mercado e ao incremento da competitividade, as mudanças de layout e usabilidade dos sites devem ser cada vez mais freqüentes para aumentar a conversão e reduzir os custos de marketing e comunicação, sendo assim, as plataformas devem permitir cada vez mais aos seus clientes autonomia na gestão tecnológica da primeira camada do site.
Também vejo com tendência para 2013, como decorrência dos pontos anteriores o surgimento e consolidação de empresas especializadas como empresas de fotografia, cadastro e descrição de produtos, empresas focadas em desenvolvimento de primeira camada das plataformas para auxiliar os varejistas na busca por melhores resultados e aumento da conversão, e mesmo empresas voltadas para atuar em determinados processos que possam ser tercerizados da operação do varejo virtual.
Alem disso, vejo que a alternativa mais interessante para as empresas que já atuam com Comércio Eletrônico poderem se destacar em 2013 é o aumento da inteligência de marketing com maiores investimentos em Web Analytics como diferencial competitivo para seus negócios. Estas empresas de Web Analytics devem dar o tom dos investimentos em comunicação mais adequado, principalmente voltados para programas de afiliados, Email Marketing e trabalho de CRM nas empresas para crescimento da re-compra por parte dos clientes atuais.
Finalmente, vejo que as perspectivas para o ano de 2013 trarão grandes oportunidades e desafios para o Comércio Virtual brasileiro, que deve crescer ainda mais forte e maduro. Os varejistas deverão lutar para conseguir crescer e aumentar sua rentabilidade e os prestadores de serviços deverão estar alinhados com essa realidade e trabalhar cada vez mais duro para o sucesso de seus clientes no mundo virtual.